domingo, 29 de janeiro de 2012

Aquecimento com Marcelo Tas - Segunda atividade

01- O entrevistado diz que valorizamos demais o termo digital, quando tudo é cultura. Ao falar sobre isto ele chama atenção para dois polos, a superestimação e a subestimição da tecnologia. Trace um paralelo entre as idéias do entrevistado com as idéias de Lucia Santaella, no texto discutido em nosso alongamento, quando ela se refere a definição de mídia.
 R: Marcelo Tas (apresentador entrevistado) chama atenção para o fato da expressão cultura digital estar constantemente presente na nossa vida devido ao fato de se tratar de uma palavra nova, impactante e  que significa velocidade, interatividade, compactação. Destaca ainda que já vivemos nesta era digital,  ela faz parte do nosso cotidiano, mesmo quem não sabe disso, pois a todo instante estamos acompanhando as notícias pela televisão, rádio, etc.
    No nosso dia-a-dia estamos constantemente reforçando o digital, ao contrário das crianças que já nasceram envolta pela tecnologia, para elas isso não é nem assunto, pois possuem como características a facilidade para lidar com a transformação; problemas praticamente "insolúveis" para nós, são vistos e desmistificados com ideias simples e criativas. Como diria Marcelo Tas: “A molecada não fala computador porque computador, para elas, é igual eletricidade, é igual à escova de dente, à caneta Bic. Não é algo que chame atenção dela, porque faz parte do cotidiano.”
    E preciso tomar um pouco de cuidado, pois esta nossa era ao mesmo tempo que é subestimada pelos preconceituosos, é também  superestimada por outras pessoas. Existem pessoas antigas que morrem de medo das novas tecnologias e ficam valorizando por exemplo a antiga máquina de escrever ou o estêncil. Outras, acham que um twiteiro ou blogueiro é um gênio ou coisa parecida, devido ao fato de estar utilizando tal ferramenta, e não pelo fato de estar expondo seu ponto de vista, sua história. Tas ressalta, então, que não adianta você ter máquinas e não souber  usar e que não é porque eu vou usar esta ou aquela ferramenta que a minha história de hoje vai ser melhor. Tudo vai depender da minha história, da história que tiver para contar. E as pessoas acabam confundindo tudo.
    As ideias apresentadas por Marcello Tas reforça bem os argumentos desenvolvidos por Lúcia Santaella quando ela diz que veículos (mídias) são meros canais, tecnologias que estariam esvaziadas de sentido não fossem as mensagens que nelas se configuram. “Mídias são simplesmente suportes materiais, canais físicos, nos quais as linguagens se corporificam e através dos quais transitam.” Santaella deixa claro, assim com Tas que o que importa é o conteúdo, as ideias daquela pessoa, e não a ferramenta utilizada.

 02- Temos enfrentado alguns problemas como o Moodle em nossa disciplina e tenho solicitado que usem outras ferramentas disponíveis na internet para postarem suas respostas. Discuta esta relação com a afirmação do entrevistado: "Inventou-se a motocicleta e a gente fica falando do pneu, do aro, do banquinho e não falar da viagem que a gente tem para fazer com a moto" (p.234)
 R: É necessário estar atento para não subestimar como superestimar esta nova era, pois existem pessoas que superestima determinada ferramenta e acaba se esquecendo do conteúdo, dá mais valor ao local que postou determinado assunto do que ao conteúdo em si. É muito fácil ficar famoso na internet ou ganhar audiência com um blog, twiter, etc., o duro é a pessoa manter esta fama.
    No exemplo citado por Tas, a motocicleta é o meio, mas não é o único, pois existes vários outros meios de transporte. Muitas vezes ficamos dando atenção a pequenas coisas e acabamos nos esquecendo da viagem.
    Com a Plataforma Moodle é a mesma coisa, ela não é o único meio de postagem, podemos expandir a comunicação através do Facebook, youtube, blogs, twitter, e-mails, etc, portanto, não interessa em que local irei postar minhas atividades o que interessa em si é o conteúdo. Mas não é o único.
    O mesmo acontece nas escolas, não adianta nada entupir a escola de recursos tecnológicos materiais se  professor não tiver discernimento, metodologia de trabalho e projeto pedagógico. O professor já não é mais proprietário do conhecimento, a informação está disponível a todos, disponível em rede, essa nova era traz novas possibilidades pedagógicas.

03- O que é relevância e discernimento, defendidos pelo entrevistado.
R: Estamos vivendo num mundo onde tudo acontece rápido demais, as informações chegam a todo segundo, pessoas se tornam famosas num click e provocam uma grande repercussão no nosso meio,  assim o discernimento torna-se muito precioso, pois temos tudo em rede o que resta a nós é filtrar as informações contidas senão ficamos navegando à deriva.
    Muitas vezes damos relevância demais a pessoas que utilizam algumas ferramentas e ficam famosas por alguns instantes e nos esquecemos da mensagem emitida por elas, na maioria das vezes estas mensagens não possuem nenhum conteúdo, fato este confirmado com a famosa do momento na internet: Luiza já voltou do Canadá?
     Marcelo Tas afirma que as pessoas fazem muita confusão com o termo "relevância", hoje substituída por "audiência, isso fica claro quando alguém aparece na televisão dizendo que tem um blog com muitas visitas. Como diria Tas: "Porque tudo na internet é muito fácil você ganhar audiência de um dia para outro, o duro é você manter." Assim, não é porque alguém ganhou uma grande quantidade de seguidores hoje que isso será mantido no futuro, se esse blog, twiter, etc. não tiver alguma relevância, trazer algum benefício à comunidade como um todo, com certeza não será mantido. Portanto, cabe a nós saber discernir e escolher entre tantas informações aquilo que realmente pode ser importante.

04 - Na entrevista Marcelo Tas fala sobre educação, função de professor e a tecnologia. Discuta o pensamento dele, vinculando-o com outro autor da área de educação.
R: Neste momento as tecnologias começam a afetar a educação, mas será que a escola, o professor está preparado para isso? Até a algum tempo o professor era mero transmissor do conhecimento, "dono da verdade". Nos dias atuais se fizer o mesmo estará fora do mundo, pois hoje a informação está disponível a todos. É papel do professor ser mediador, produzir o conhecimento.
     Existem ainda vários professores que são resistentes a essas mudanças, pois além de terem de processá-las ainda tem que lidar com os alunos e discernir entre as várias informações existentes. O professor deve pensar a tecnologia como um meio para melhorar a qualidade do ensino, deve utilizá-la como mais uma ferramenta na construção de conhecimentos, deve reconhecer que faz parte desse processo gerando autonomia e facilitando a aprendizagem.
    Porém, não devemos nos esquecer que a tecnologia é tão somente um "apoio", um suplemento importante para a educação. E um dos desafios do professor é fazer com que os alunos construam conhecimentos, troca de experiências, e não repasse de informações. As novas tecnologias despertam sim curiosidade, então, cabe a nós professores nos apropriar dessa curiosidade desenvolver um trabalho melhor, de qualidade, torndo as aulas mais dinâmicas, atrativas.

    Lynn Alves pedagoga, mestre e doutora em Educação e Comunicação pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) enfatiza que: “Esta parceria entre educação e tecnologia é muito difícil de ser efetivada. No que se refere às tecnologias digitais, principalmente, os professores têm dificuldades de interação. Eles já até admitem utilizar o computador e a internet para preparar as suas aulas, mas não conseguem ainda utilizar as mesmas nas suas atividades em sala de aula, como instrumento pedagógico.
    A autora afirma, assim como Tas, que a tecnologia terá um papel negativo no processo educacional quando for trabalhada de forma acrítica, quando servir apenas para ilustrar, sem atingir todo o imenso potencial.
    Lynn Alves destaca que: "Para o aluno esta inserção da tecnologia na educação é boa. Isto sob o ponto de vista de que os meios tecnológicos de interação sejam usados com o objetivo de informar. Desta forma, cabe ao professor ensinar aos alunos a utilizarem estes meios como ferramentas de informação, de maneira que eles saibam recorrer às fontes verídicas de informação. Outro fator que tem que ser trabalhado com os alunos é a questão da escrita que é utilizada nas redes sociais e a escrita tradicional. A linguagem escritas das redes é baseada em sinais, sons e textos. É preciso mostrar aos alunos que esta linguagem das redes têm valor, por que são uma forma de interação, mas é importante também mostrar para eles o valor que tem a linguagem tradicional, falada e escrita."

5- "Então a gente já vive imerso nesta gelatina de informação e cada pessoa tem o seu filtro, sua maneira de se relacionar com isso." (pp 241). Comente esta afirmação tendo por base a caracterização da cultura digital ou cibercultura em Lúcia santaella.
R: Quando Marcelo Tas cita este trecho ele deixa claro que todos nós já estamos vivendo nesta era digital e que são muitas as informações, assim cada um tem sua maneira de lidar com essa novidade e filtrar as informações.
     Lúcia Santaella também deixa claro isso, quando coloca que vivemos em todas as formas de comunicação e cultura e diz ainda que não há uma separação entre uma forma de cultura e o ser humano. Nós somos essas culturas. vivemos hoje "a cultura do acesso",  a era "digital" ou" cibercultura" e o que chama mais atenção nesssa cultura, é a quantidade de informação e a velocidade que ela chega até nós.
     Assim, mesmo tendo acesso a informação de maneira rápida e fácil há a necessidade de sabermos discernir as informações para não sermos enganados e produzir coisas inúteis e sem importância para a humanidade

Fonte:
Culturadigital.br
SANTAELA, Lúcia. Cultura das mídias. 4ª ed. São Paulo: Experimento, 1992 [2003a]
http://www.lynn.pro.br/admin/files/lyn_projeto/067cfa2813.pdf
http://www.atardeeducacao.com.br/?p=7489



domingo, 22 de janeiro de 2012

Discussão do texto de Lúcia Santaella - Especialização em Mídias na Educação

A autora do texto sugerido, Lucia Santaela, deixa claro e destaca sobre as seis formações socioculturais: a cultura oral, a cultura escrita, a cultura impressa, a cultura de massas, a cultura das mídias e a cultura digital. 
    Segundo Santaela, existe no decorrer da história da humanidade um processo cumulativo de complexificação que vai sendo agregado à anterior provocando consequentemente reajustes e refuncionalizações, tendo em vista que se alguma era não for levada em consideração acaba-se perdendo especificidades importantes e reveladoras.
    Para melhor compreender as passagens de uma cultura à outra, cabe ressaltar as diferenças e características existentes entre cada categoria.
    Com base no que foi observado é importante enfatizar que a cultura oral possui uma história muito maior do que a escrita, pois a fala circula no mundo há milênios e o mundo tipográfico é mais recente. Num panorama mais amplo, tanto a tradição oral como a escrita voltaram com muita força nos dias atuais, por meio da reedição de contos, de movimentos de resgate musical, webconferências, fóruns em ambiente virtual, entre outros elementos.
    Quando se fala em cultura escrita “¹estamos nos referindo a uma ferramenta muito poderosa que permite e promove a troca de experiências, a sedimentação de valores, o aprimoramento de conhecimentos, a divulgação de informações importantes e a possibilidade de manutenção da memória.” A escrita permitiu que os pensamentos fossem registrados e transmitidos de forma fiel.
    Assim, graças à cultura impressa, “²a industrialização do livro fez com que milhões de pessoas pudessem ter acesso a um mesmo texto. Até sua invenção, poucas pessoas chegavam a possuir as raras cópias de manuscritos. Foi também com o surgimento dos livros impressos que se deu a expansão das bibliotecas e das escolas. O uso de material impresso também permitiu o surgimento da educação à distância, cuja prática institucionalizada começou a se sedimentar em vários países já no século passado.”
    A cultura de massas surge a partir do século XX e diz respeito a heterogeneidades sociais, étnicas, etárias, sexuais ou psicológicas — e veiculada pelos meios de comunicação de massa. Enfim, nos dias atuais a cultura de massa torna-se global e encontra-se ligada intrinsecamente ao poder econômico do capital industrial e financeiro. Trata-se de uma manifestação cultural produzida para o conjunto das camadas mais numerosas da população; o povo, o grande público.
    “³A cultura das mídias nasce por volta do início dos anos 80, tornando-se notória somente a partir do momento em que começa a surgir equipamentos como fotocopiadoras, videocassete, aparelhos para gravação de vídeo, equipamentos do tipo walkman e walktalk, TV a cabo, entre outros, levando a um consumo individualizado em oposição ao consumo massivo. Tais processos comunicativos nos levaram e treinaram para a busca mais seletiva de informação e o entretenimento que desejamos encontrar.”
    Podemos notar até o momento que, de acordo com a autora, a cultura das massas, cultura das mídias e cultura digital, embora se misturam, cada uma possui características próprias.
     Nos dias atuais, com a Cultura digital, surge a cultura do acesso. Vivemos a produção e a circulação da informação que é uma das marcas registradas da cultura digital. As tecnologias digitais condicionam nosso fazer. Condicionam, criam condições para que a produção intelectual se dê por caminhos e formas que não eram possíveis sem ela.
     A cibercultura é um espaço de produção coletiva, em que re-criamos os conhecimentos ao escolher de que forma os lemos. O hipertexto, esse espaço de leitura em que escolhemos em que ordem vamos ler o que está disponível, nos faz co-autores do que está na rede, na medida em que o que lemos, a ordem e as conexões que fazemos, é determinada pelo leitor.
“4A cibercultura é um espaço em que têm lugar os conhecimentos e as produções de todos os que ali desejarem apresentar o que fazem. Essa tecnologia condiciona o que fazemos na escola. Não determina, condiciona. As mudanças não decorrem do fato de termos tecnologia na escola, decorrem do que fazemos com ela, do que decidimos fazer com ela. As tecnologias digitais condicionam, criam condições novas para a produção escolar, para o fazer escolar. Contribuem para que a produção de cada escola possa ser meio. As mudanças não decorrem do fato de termos tecnologia na escola, decorrem do que fazemos com ela, do que decidimos fazer com ela.”

Fontes:
1.http://www.institutovotorantim.org.br/pt-br/entrevistas/Paginas/culturaoral.aspx
2.http://www.ccuec.unicamp.br/revista/infotec/educacao/educacao3-1.html
3.SANTAELA, Lúcia. Cultura das mídias. 4ª ed. São Paulo: Experimento, 1992 [2003a]
4. http://www.gforum.tv/board/1429/151561/cultura-de-massas.html

Um Abraço a todos!!!